Tempos Covid, tempos de um novo humanismo mediados pela tecnologia

Resumen

O mundo está em mudança e imprevisíveis são os tempos. «Mergulhados» em cenários à escala
planetária, com riscos elevados para a espécie humana, impõe-se uma cultura de reflexão e de
consolidação da nossa atitude e sentimento face às questões do ser humano, do envelhecimento e da sua relação com a tecnologia. Um futuro em que, com os recursos da tecnologia, será
possível imaginar, um mundo mais otimista e de esperança.
Ousamos conduzir a nossa reflexão ao longo deste artigo num mar de interrogações, com o
pretexto de ser possível contribuir para clarificações necessárias, em áreas que serão um dos
caminhos para uma sociedade de futuro, que deverá convergir para a consolidação de valores
humanistas, em equilíbrio com os potenciais benefícios que a tecnologia nos pode permitir.
Neste contexto pandémico assumimos como objetivo geral, refletir e reconhecer o papel humanizador da tecnologia em tempos de disrupção social e educativa, com ênfase nos processos
de envelhecimento.
O objetivo identificado e a sua consecução foram alcançados tendo como referenciais a pesquisa e análise detalhada e atualizada de diversificadas fontes nacionais e internacionais e o conhecimento empírico-especulativo1
que possímos acerca destas matérias, objeto de investigação
dos autores nos últimos anos.
Vozes fatalistas afirmam que estamos no terminus do Antropoceno; outros, os arautos dos novos tempos, que no limiar da Quarta Revolução Industrial ocorrerão profundas alterações no
modus vivendi do ser humano, que terá de aprender a conviver com a tecnologia e as máquinas, numa lógica de aprendizagem conjunta para preparar os tempos que serão diferentes, de
disrupção e inovação e que, num futuro próximo - o mundo 5.0, o mundo das Pessoas - lhe
trarão paz, equilíbrio e bem-estar, colocando a tecnologia ao seu serviço. Tempos de incerteza
e interrogação quando refletimos acerca do viver e envelhecer em tempos do futuro. Assumimos, no entanto, uma visão otimista dos processos, conscientes das limitações dos tempos
presentes mas, em pensamento com Malone (2019), na sua crença das «supermentes»2
e no acreditar que a Humanidade será certamente um lugar melhor para o viver, se aceitarmos com
uma atitude positiva as fragilidades da tecnologia e soubermos exigir da mesma os potenciais
benefícios para os humanos.